O Rio de Janeiro continua lindo...
O Rio de Janeiro continua sendo...
O Rio de Janeiro fevereiro e março...
Olhando os versos desse sucesso de Gilberto Gil, a gente sente muita saudade dos tempos em que o Rio era famoso mundialmente pela exuberância da mulher carioca com seus biquinis provocantes, das praias de uma beleza ímpar, da música de Tom Jobim sendo recitada como um mantra por gringos ávidos pela bossa nova, do Maracanã, dentre tantos outros símbolos que marcaram a cidade ao longo das décadas.
O Rio já foi (e continua sendo), cenário para produtores de Holywood, já teve a ilustre presença de James Bond sendo perseguido por Jaws na descida do bondinho, já sediou shows maravilhosos como o Paul in Rio no maracanã em 1981 que levou em torno de 185.000 mil pessoas ao estádio para assisti-lo (eu estava lá na primeira fila), e agora, nos últimos dias, a notícia que correu o mundo foi bem outra. Dessa vez fomos sacudidos por uma explosão de violência sem precedentes na história da cidade, perpetradas por traficantes armados até os dentes e dispostos a tudo para manter o controle daquilo que historicamente sempre foi o seu feudo.
O Rio de Janeiro continua sendo...
O Rio de Janeiro fevereiro e março...
Olhando os versos desse sucesso de Gilberto Gil, a gente sente muita saudade dos tempos em que o Rio era famoso mundialmente pela exuberância da mulher carioca com seus biquinis provocantes, das praias de uma beleza ímpar, da música de Tom Jobim sendo recitada como um mantra por gringos ávidos pela bossa nova, do Maracanã, dentre tantos outros símbolos que marcaram a cidade ao longo das décadas.
O Rio já foi (e continua sendo), cenário para produtores de Holywood, já teve a ilustre presença de James Bond sendo perseguido por Jaws na descida do bondinho, já sediou shows maravilhosos como o Paul in Rio no maracanã em 1981 que levou em torno de 185.000 mil pessoas ao estádio para assisti-lo (eu estava lá na primeira fila), e agora, nos últimos dias, a notícia que correu o mundo foi bem outra. Dessa vez fomos sacudidos por uma explosão de violência sem precedentes na história da cidade, perpetradas por traficantes armados até os dentes e dispostos a tudo para manter o controle daquilo que historicamente sempre foi o seu feudo.
As imagens são impressionantes e dispensam comentários e estamparam as primeiras páginas dos principais jornais do mundo, mostrando aquilo que temos de mais triste, uma cidade tomada pelo medo e pelo crime.
A bem da verdade, o povo do Rio de Janeiro já está cansado de tanta violência. De fato a população não via a hora de se livrar das amarras do poder truculento de um estado dentro de outro estado, a diferença básica era que esse poder, não emanava do voto popular e muito menos da democracia e era regido com leis bizarras e próprias, além de ser ditado a ferro e fogo graças ao poder de fogo dos grossos calibres das armas dos traficantes que impunham um verdadeiro clima de terror.
Mas para falar dessa violência que hoje começou a ser combatida de forma mais efetiva, é preciso lembrar que ela não nasceu ontem e ao longo de décadas, foi somente aglutinando forças com a corrupção que colocou em xeque a instituição policial e porque não dizer o próprio estado, e o resultado não poderia ter sido diferente.
Quem é carioca e sofreu na carne os desmandos de governos que comungaram da mesma hóstia da corrupção sabe muito bem do que estou falando portanto, desnecessário é dar nomes aos bois mas graças a Deus, começaram a soprar novos ventos e o carioca (assim espero), pode esperar respirar um ar menos rarefeito.
Alguma coisa precisava ser feita e a decisão do governador de bater de frente com esse poder paralelo chegou em muito boa hora. É claro que as forças aglutinadas da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Bope, da Marinha, da Polícia Federal, Aeronáutica e Exército juntos, muito bem articuladas diga-se de passagem, mostraram que o crime organizado nem era assim tão organizado e só faltou mesmo ter como trilha sonora, Band on The Run - Paul Macartney (tinha de ser ele), quando mostrou um bando de famigerados em fuga como coelhos assustados, tentando se esconder de qualquer maneira daqueles que de fato representam a população e o estado de fato constituído. Parabéns às instituições que decidiram dar um basta a esse poder bastardo que teimava em surrupiar da população seu direito constitucional mais relevante, que é o de ir e vir sem ser molestado. A guerra ainda nem acabou e já temos que começar a pensar no outro lado da moeda.
De um lado temos o estado e do outro, um grupo digamos, muito bem armado mas desarticulado e acuado mas será que só isso é suficiente para acabar com essa praga que se instalou no seio da sociedade? Eu diria que não, porque mesmo que matem todos esses famigerados, outros virão se a providência que realmente precisa ser tomada não for levada à cabo. Estou me referindo aqui à ponta do iceberg.
A linha de raciocínio é óbvia e obedece criteriosamente à lei de mercado, trocando em miúdos, a lei da oferta e da procura. É assim com qualquer produto e com drogas, não seria diferente. O traficante só existe em razão do consumidor, se não há consumo não há traficante. Simples assim.
O traficante só adquiriu todo esse poder de fogo, só comprou armas de última geração e de preços estratosféricos, porque quem lhes forneceu combustível (onde leia-se combustível entenda-se grana mesmo) para tal foi o comprador, seja ele da zona sul, da zona norte ou da zona de baixo meretrício mesmo. A linha de raciocínio é muito lógica e qualquer ameba desprovida de cérebro não precisa pensar muito pra saber disso.
O que de fato o estado está fazendo é tentando acabar com o carrapato matando os bois. O combate ao tráfico tem de ser feito? Claro que sim mas ele tem de vir junto com uma série de outras medidas, incluindo aí acabar com o contrabando de armas, mas a maior de todas as providências é acabar com o consumo.
A classe média, rica, pobre, não importa qual, tem de deixar de ser hipócrita e olhar para o próprio rabo e ver qual é a sua parcela de contribuição, qual é a parte que lhe cabe neste latifúndio como diria Chico Buarque, o que passa disso é balela.
Aplaudir as forças que colocam a cabeça na guilhotina pra defender a sociedade e fazer vistas grossas aos mauricinhos e patricinhas que embalam suas festas regadas a sexo, drogas e rock`n`roll é no mínimo cínico. O que tem de ser feito é cortar o mal pela raiz e a raiz está muito mais funda do que se possa imaginar e só com enxadas a bicha não vai sair não. Vai ser preciso um arado muito poderoso. Educação e conscientização pode ser um bom começo. Quem sabe começando pelo jardim da infância? O alicerce está lançado. Com a palavra os donos do poder.
Até a próxima
A bem da verdade, o povo do Rio de Janeiro já está cansado de tanta violência. De fato a população não via a hora de se livrar das amarras do poder truculento de um estado dentro de outro estado, a diferença básica era que esse poder, não emanava do voto popular e muito menos da democracia e era regido com leis bizarras e próprias, além de ser ditado a ferro e fogo graças ao poder de fogo dos grossos calibres das armas dos traficantes que impunham um verdadeiro clima de terror.
Mas para falar dessa violência que hoje começou a ser combatida de forma mais efetiva, é preciso lembrar que ela não nasceu ontem e ao longo de décadas, foi somente aglutinando forças com a corrupção que colocou em xeque a instituição policial e porque não dizer o próprio estado, e o resultado não poderia ter sido diferente.
Quem é carioca e sofreu na carne os desmandos de governos que comungaram da mesma hóstia da corrupção sabe muito bem do que estou falando portanto, desnecessário é dar nomes aos bois mas graças a Deus, começaram a soprar novos ventos e o carioca (assim espero), pode esperar respirar um ar menos rarefeito.
Alguma coisa precisava ser feita e a decisão do governador de bater de frente com esse poder paralelo chegou em muito boa hora. É claro que as forças aglutinadas da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Bope, da Marinha, da Polícia Federal, Aeronáutica e Exército juntos, muito bem articuladas diga-se de passagem, mostraram que o crime organizado nem era assim tão organizado e só faltou mesmo ter como trilha sonora, Band on The Run - Paul Macartney (tinha de ser ele), quando mostrou um bando de famigerados em fuga como coelhos assustados, tentando se esconder de qualquer maneira daqueles que de fato representam a população e o estado de fato constituído. Parabéns às instituições que decidiram dar um basta a esse poder bastardo que teimava em surrupiar da população seu direito constitucional mais relevante, que é o de ir e vir sem ser molestado. A guerra ainda nem acabou e já temos que começar a pensar no outro lado da moeda.
De um lado temos o estado e do outro, um grupo digamos, muito bem armado mas desarticulado e acuado mas será que só isso é suficiente para acabar com essa praga que se instalou no seio da sociedade? Eu diria que não, porque mesmo que matem todos esses famigerados, outros virão se a providência que realmente precisa ser tomada não for levada à cabo. Estou me referindo aqui à ponta do iceberg.
A linha de raciocínio é óbvia e obedece criteriosamente à lei de mercado, trocando em miúdos, a lei da oferta e da procura. É assim com qualquer produto e com drogas, não seria diferente. O traficante só existe em razão do consumidor, se não há consumo não há traficante. Simples assim.
O traficante só adquiriu todo esse poder de fogo, só comprou armas de última geração e de preços estratosféricos, porque quem lhes forneceu combustível (onde leia-se combustível entenda-se grana mesmo) para tal foi o comprador, seja ele da zona sul, da zona norte ou da zona de baixo meretrício mesmo. A linha de raciocínio é muito lógica e qualquer ameba desprovida de cérebro não precisa pensar muito pra saber disso.
O que de fato o estado está fazendo é tentando acabar com o carrapato matando os bois. O combate ao tráfico tem de ser feito? Claro que sim mas ele tem de vir junto com uma série de outras medidas, incluindo aí acabar com o contrabando de armas, mas a maior de todas as providências é acabar com o consumo.
A classe média, rica, pobre, não importa qual, tem de deixar de ser hipócrita e olhar para o próprio rabo e ver qual é a sua parcela de contribuição, qual é a parte que lhe cabe neste latifúndio como diria Chico Buarque, o que passa disso é balela.
Aplaudir as forças que colocam a cabeça na guilhotina pra defender a sociedade e fazer vistas grossas aos mauricinhos e patricinhas que embalam suas festas regadas a sexo, drogas e rock`n`roll é no mínimo cínico. O que tem de ser feito é cortar o mal pela raiz e a raiz está muito mais funda do que se possa imaginar e só com enxadas a bicha não vai sair não. Vai ser preciso um arado muito poderoso. Educação e conscientização pode ser um bom começo. Quem sabe começando pelo jardim da infância? O alicerce está lançado. Com a palavra os donos do poder.
Até a próxima
Nenhum comentário:
Postar um comentário