sábado, 13 de novembro de 2010

Comentário do dia - Anjos de Plantão

Finalmente Bruno (ex goleiro do Flamento) abriu a boca e deu o seu primeiro depoimento. Pelo andar da carruagem e pelo seu comportamento, nem parecia que ele estava preso em Minas Gerais e sim, parecia estar sob os cuidados da KGB em algum lugar do Kremlim nos bons tempos de Leonid Brejnev, onde não se abria a boca nem para fazer tratamento dentário, mas enfim, ele falou, ou quase isso. Mas porque isso acontece? Simples, por causas das brechas jurídicas, que nem podem ser assim chamadas considerando que o nome mais apropriado para isso seriam fiordes. Sim. infelizmente no Brasil a lei é quase tão complicada quanto por exemplo o sistema de cobrança de impostos. É um labirinto que não acaba nunca onde habilidosos advogados se movimentam com uma esperteza impressionante e que fazem com que se protelem ao nível máximo qualquer julgamento, mesmo que o réu tenha cometido um crime monstruoso que tenha chocado o mundo inteiro.
No Brasil por exemplo o réu pode por exemplo se recusar a falar, mesmo na frente de uma autoridade policial. Existe ainda a aberração jurídica de que o cara não pode produzir provas contra si mesmo, mesmo nas condições mais absurdas. Agora pior do que isso são as apelações e os atalhos. São muitas os desvios. Se é réu primário, se tem residência fixa e vai por aí afora. Sem contar que se ele perde em primeira instância tem a a segunda, a terceira, a quarta... até parece filme de Harry Potter. Quando finalmente chega na última instância em Brasília, podem ter se passado até 10 ou 20 anos, enfim, coisas da nossa lei. Em muitos casos acontecem as chamadas prescrições da pena numa verdadeira aberração para o bom senso.
Mas existem ainda outras situações nem tão engraçadas assim quando o réu já vem devidamente instruído pelo seu advogado a dizer tudo o que tem de ser dito, menos a verdade, e só. Seria cômico se não fosse trágico mas nossos brilhantes defensores são verdadeiros Mandrakes quando não mentem, apenas criam verdades a serem recitadas como mantras por seus obedientes clientes.
Falando em advogado, vou me reportar aqui ao seu Ércio Quaresma (advogado do Bruno), um fanfarrão de primeiro kilate e última categoria que parece ter tomado leite na mesma chícara de Chaves, digníssimo mandatário da Venezuela. Ércio Quareams antes de ser advogado não passa de um mau caráter e prova isso cada vez que abre a boca para falar, principalmente para a TV (recentemente em uma conversa gravada se auto-denominou o próprio demônio).
Bem falante, adora os holofotes e mais ainda chamar a atenção. Se porta como se fosse uma estrela de primeira grandeza quando não passa de um meteorito de última.
Dono de um linguajar pseudo-eloquente, adora usar termos técnicos e oriundos da língua falada nos tribunais do júri ou entre seus pares. Tudo isso com o claro objetivo de confundir a maioria da população que obviamente não entende patavina do que ele está falando (Freud explica).
Todas as suas falas são recheadas de palavras desconhecidas da maioria do povão e ele parece se regozijar muito com isso. Recentemente em uma matéria levada ao ar pelo SBT, um repórter fez questão que ele traduzisse a palavra que tinha acabado de usar. A palavra em questão (vernáculo), foi explicada em forma de deboche como seu portuguêes refinado.
Com sua metralhadora giratória cuspindo fogo pra todo lado, fala mal de tudo e de todos, menos de seus clientes é claro, verdadeiros anjos em sua ótica.
O emérito advogado já produziu pérolas como - A maior vingança que uma mulher pode cometer contra um homem é mandá-lo para a cadeia inocentemente. Em entrevista à rádio CBN, afirmou que, enquanto não verificar um atestado de óbito ou um exame de necropsia, essa moça está viva. Perguntado se Eliza teria abandonado o filho de propósito, foi irônico quando respondeu que - sua mãe a abandonou praticamente na maternidade. Disse ainda que o pai dela, segundo o STF é um estuprador. Foi ainda mais longe quando afirmou - essa moça era atriz pornô, era uma profissional do sexo. O advogado acusou ainda a Polícia de Minas de fazer tortura psicológica contra os suspeitos do desaparecimento de Eliza e afirmou que Luiz Henrique Ferreira Romão, o macarrão, foi agredido dentro da delegacia quando prestava depoimento. O que está acontecendo em Minas parece coisa da idade média - afirmou. Bom, como se vê os anjos estão de plantão, e todos devidamente injustiçados.
O digníssimo doutor faz troças com as provas colhidas pela polícia, questiona laudos absolutamente técnicos e desafia até a lei da gravidade em defesa de suas teses.
Não estou aqui para afirmar que o Bruno é ou não culpado pela morte de Eliza Samudio até porque, não sou juiz e muito menos delegado, estou apenas falando de provas, e contundentes. Não existe um único cidadão em todo território nacional ou fora dele, que não desconfie de que foi aquela trupe quem deu conta da moça afinal, era com eles que ela estava antes do seu desaparecimento. Quem mandou, quem executou, quem se encarregou de desaparecer com o corpo (diga-se de passagem coisa de profissional), aí só a polícia ou Deus para responder, mas o certo é que a moça está morta, falta apenas descobrirem seu corpo e que a justiça seja feita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário